A Inter-Reformados da União dos Sindicatos do Distrito de Braga da CGTP-IN realizou a sua oitava conferência na passada sexta-feira, dia nove de Dezembro, onde elegeu uma nova direcção. A conferência contou com cerca de 50 reformados e pensionistas, que discutiram, entre outros assuntos, a idade da reforma e o aumento das pensões previstos para o próximo ano.
Do encontro de reformados e pensionistas dos vários sindicatos da CGTP-IN saíram várias conclusões no que diz respeito tanto à perspectiva de continuar a dinamizar a estrutura sindical da Inter-Reformados, como a de prosseguir a luta por melhores e mais dignas condições de vida para esta camada da população.
Das várias intervenções ao longo da tarde, destacou-se a unanimidade em torno da importância de os trabalhadores se organizarem nos seus sindicatos, nomeadamente na Inter-Reformados quando se aposentam ou reformam, de maneira a prosseguir a luta por uma vida que continua em movimento para além do fim do seu período profissionalmente activo.
“Tomar posição contra o Envelhecimento” foi, aliás, o título da Moção que a conferência aprovou também de forma unânime, que sublinhava a acção da Inter-Reformados da USB/CGTP-IN durante os últimos anos, valorizando as consequências da luta não só dos reformados e pensionistas como de todos os trabalhadores. Na conferência cujo lema era “Envelhecimento no Activo, Fortalecer a Organização”, foram também salientados alguns dos aspectos positivos da nova relação de forças na Assembleia da República, nomeadamente no que à devolução de rendimentos, direitos e pensões diz respeito.
Por outro lado, a estrutura sindical dos trabalhadores reformados e pensionistas da CGTP-IN em Braga não deixou de fora das suas críticas o factor de sustentabilidade que serve para cálculo da idade da reforma, que em 2017 aumenta para os 66 anos e três meses. A Inter-Reformados da USB/CGTP-IN recusa que o critério do aumento da esperança média de vida deva servir como justificação para o aumento da idade da reforma ou as consequentes penalizações para os trabalhadores que a pedirem antes do tempo estipulado, mas antes que sirva para os trabalhadores usufruírem dos frutos do seu trabalho com a dignidade que merecem.
As vozes presentes na oitava conferência distrital daquela estrutura foram também uníssonas na aprovação da Carta Reivindicativa, onde se pode ler algumas exigências que dizem respeito, precisamente, à revogação do factor de sustentabilidade, à fixação da idade legal de acesso às pensões de velhice e reforma aos 65 anos e ao direito de acesso à reforma antecipada voluntária sem qualquer penalização para os trabalhadores com 40 ou mais anos de descontos.
Outras das suas exigências foram ainda de aumento de todas as pensões de velhice e de invalidez; a alteração dos actuais critérios de actualização do valor das pensões; o reforço do sistema da Segurança Social pública, universal e solidária; serviços públicos, universais e de qualidade com vista a assegurar os direitos básicos dos cidadãos ou o aumento das comparticipações nos medicamentos para reformados e pensionistas detentores de pensões inferiores ao Salário Mínimo Nacional.
No final da conferência foi eleita a nova lista de direcção da Inter-Reformados da USB/CGTP-IN, que viu reforçada a participação de alguns sindicatos, como o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL) ou o Sindicato dos Professores do Norte (SPN), e a participação pela primeira vez do Sindicatos dos Funcionários Judiciais (SPJ). O reeleito coordenador da Inter-Reformados da USB/CGTP-IN, Celestino Gonçalves, valorizou muito o esforço conseguido de reforçar a direcção daquela estrutura, para que seja capaz de melhor dar resposta às necessidades de organização e participação activa dos reformados e pensionistas do distrito.
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