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Marcha dos trabalhadores da Valindo por salários e trabalho

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Realizou-se esta manhã, em Fafe, uma marcha de protesto dos trabalhadores da empresa têxtil Valindo, SA. A acção contou com quase meio milhar de pessoas que, pelas ruas de Fafe, desde o campo da feira até à Câmara Municipal, protestaram contra os salários em atraso e na defesa dos seus postos de trabalho.











Em luta desde o dia 27 de Dezembro, os trabalhadores da Valindo, empresa que trabalha para a marca Girandola, exigem o pagamento do mês de Dezembro, o subsídio de férias e horas extraordinárias, bem como a defesa do seu posto de trabalho, posto em causa com a situação de instabilidade vivida nos últimos tempos naquela empresa têxtil.

Para além da instabilidade criada pela empresa ao não pagar o que é devido ao quem lá trabalha, a administração vai ainda despedir cerca de 50 trabalhadores, entre lojas da Girandola e a fábrica em Fafe. Certos dos seus direitos, os mais de 100 trabalhadores que têm estado em frente à porta da empresa em protesto marcharam hoje rumo à Câmara Municipal, como prova de coragem e união que tem caracterizado todo este processo de luta. 

A esta acção juntaram-se representantes do Sindicato Têxtil do Minho e Trás os Montes, da Fesete, federação sindical que engloba o sector, bem como de outros sindicatos da União dos Sindicatos do Distrito de Braga (USB) da CGTP-IN, em solidariedade com os trabalhadores daquela empresa têxtil. Presente esteve, ainda, Arménio Carlos, Secretário-Geral da CGTP-IN, que integrou uma delegação que foi recebida pelo presidente da Câmara de Fafe, que incluiu ainda quatro trabalhadores da Valindo, o coordenador do Sindicato Têxtil na região, Francisco Vieira e ainda o coordenador da USB/CGTP-IN, Joaquim Daniel. 

Francisco Vieira, que falou aos trabalhadores antes e depois da reunião com o presidente da Câmara, criticou a administração da Valindo por dizer que aqueles trabalhadores “tinham que voltar ao trabalho para ser possível à empresa pagar salários”, o que o fez questionar onde estava “o dinheiro dos salários correspondentes ao que já trabalharam e não lhes pagaram”. O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás os Montes apontou ainda críticas à gestão da empresa, a cargo do grupo Explorer Investments, tendo em conta que esta usufruiu de um apoio de fundos públicos ao abrigo do programa “Valorizar Norte” em 2014, na ordem dos três milhões de euros, questionando o que foi feito a esse investimento.

Já Arménio Carlos, que transmitiu também a sua solidariedade aos presentes, sublinhou a coragem e a união daqueles trabalhadores que, sem receberem pelo seu trabalho, escolheram lutar pelo que é seu por direito, lembrando que “a acção do sindicato será tanto mais forte quanto mais força tiverem os trabalhadores, porque o sindicato são os trabalhadores”. 

O Secretário-Geral da CGTP-IN deixou ainda um apelo à força e à determinação dos trabalhadores da Valindo, bem como aos seus familiares – muitos ali presentes também – na prossecução da sua luta, garantindo que o sindicato tudo fará ao seu alcance para encontrar soluções que possam garantir o pagamento dos salários e subsídio em atraso, a sobrevivência e continuação da empresa, bem como a manutenção dos postos de trabalho daqueles trabalhadores.


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