8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
"OS DIREITOS DAS MULHERES NÃO PODEM ESPERAR"
Representantes da Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN, do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) e do Movimento de Trabalhadores Desempregados (MTD) estiveram hoje à hora de almoço em contacto com as trabalhadoras do Complexo Grundig. O mote foi a celebração do Dia Internacional da Mulher, que representa para as mulheres de todo o mundo as históricas lutas e greves contra os horários de 16 horas diárias e salários de miséria nas fábricas, pelo direito de voto, pela melhoria das condições de vida e de trabalho, pela igualdade e pelo fim das discriminações.
Neste contacto, os três movimentos aproveitaram para realçar as dificuldades que “infelizmente, depois de décadas de conquistas, as mulheres ainda enfrentam”. Isabel Costa, da Comissão de Igualdade da CGTP-IN e do SITE-Norte, lembrou o caso de uma trabalhadora daquele complexo que, ao tentar conciliar a vida profissional com a pessoal, pediu para fazer uma alteração de horário, pedido esse que não foi facilitado por parte da respetiva empresa. “Aquela trabalhadora, por alterações da vida pessoal, acabou por se demitir para poder tomar conta da família”, lamentou a dirigente sindical.
No complexo que junta, entre outras, as empresas Delphi, Fehst e Bosch, para além das dificuldades que a desregulamentação dos horários causam, resultando na incompatibilidade da vida profissional com a pessoal, salientam-se ainda a pressão psicológica a que muitos trabalhadores estão sujeitos, as doenças profissionais, os baixos salários e uma enorme precariedade.
Nesse sentido, também o MDM e o MTD fizeram questão de marcar o dia num contacto direto com aquelas trabalhadoras, associando-se às comemorações da CGTP-IN, por forma a deixar uma mensagem de alegria e esperança a todas as mulheres. As ações de contacto da central sindical ali continuaram pelo dia de hoje, distribuindo ainda um cravo a cada trabalhadora, simbolicamente, e entregando-o a cada um dos turnos das várias empresas.
Numa altura em que estas são afetadas, para além da precariedade (21,50%) e da desregulamentação dos horários de trabalho, pelo desemprego, recebem menos 18% na sua remuneração média mensal, comparativamente com as dos colegas homens e são ainda penalizadas pelo exercício dos direitos de maternidade, os presentes aproveitaram para lembrar assim que a igualdade na lei ainda não é igualdade na vida.
Ao mesmo tempo, aproveitaram para incentivar as mulheres a prosseguirem a luta por emprego seguro com direitos, pelo aumento geral dos salários e a eliminação das discriminações salariais, pela valorização das profissões e a evolução nas carreiras também sem discriminações, pela conciliação entre o trabalho e a vida familiar e pessoal e pelas 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores, entre outras justas reivindicações que garantam o cumprimento dos direitos, liberdades e garantias previstos na Constituição da República Portuguesa.
O MDM, pela voz da sua dirigente Elisa Marques, lembrou ainda a necessidade de combater todas as formas de violência, física, psicológica e sexual - cujas vítimas continuam a ser maioritariamente mulheres - a pobreza - que afeta de forma muito particular as mulheres e as crianças - bem como as discriminações em função da orientação sexual, o racismo e a xenofobia. Com um documento que contextualizava também a necessidade e objetivos da luta das mulheres, podia ler-se: “Os direitos das mulheres não podem esperar!”, garantindo ainda que “o MDM prossegue em movimento, com todas as forças democráticas, pelo reconhecimento e valorização dos direitos das mulheres como direitos humanos”.
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