A Comissão de Trabalhadores da Infraestruturas de Portugal SA promoveu ontem uma concentração junto ao edifício da Ex-Estradas de Portugal na Rua do Castelo, em Braga, no dia em que esse mesmo edifício foi leiloado. O edifício pertence à Infraestruturas de Portugal (empresa criada após fusão da REFER com as Estradas de Portugal) e foi leiloado sem que se saiba para onde vão e o que vai acontecer aos trabalhadores e para onde ou para quem irá esse mesmo dinheiro. A falta destas instalações localizadas numa zona central irá trazer também prejuízos à população uma vez que para tratarem de assuntos com esta empresa terão que se deslocar sabe-se lá para onde.
RESOLUÇÃO APROVADA NA CONCENTRAÇÃO
Os trabalhadores da IP - Infraestruturas de Portugal reunidos em plenário/concentração no dia 29 de março de 2016, nas instalações da Gestão Regional de Braga, consideram que:
A decisão da venda deste edifício emblemático da IP, no centro da cidade de Braga, tem como consequência a delapidação do património da infraestrutura rodoviária, sem que isso se reflita nos salários dos trabalhadores mas sim nos bolsos dos donos das PPP;
Entendemos que a venda deste edifício público a privados, contraria as intenções acordadas por este Governo de parar as PRIVATIZAÇÕES, sendo atentatório à posição da maioria parlamentar de não permitir mais privatizações;
Esta decisão do Conselho de Administração da IP, está em sentido contrário ao discurso do governo de reverter as medidas negativas do anterior executivo, já aplicado nalgumas diligências próprias ou de iniciativa da maioria parlamentar, que se traduziram na reversão das concessões dos transportes de Lisboa e Porto, na reversão da privatização da EMEF, na calendarização da reposição dos salários, na reposição do direito ao transporte, entre outras;
Por isso e porque ainda estamos a tempo de retificar os erros do anterior governo, os trabalhadores decidem:
- Exigir a suspensão imediata dos processos de alienação de património da ex-Estradas de Portugal, mais concretamente do edifício da IP em Braga, hoje a leilão e num futuro próximo o terreno e edifícios da IP em Viana do Castelo (instalações de Mazarefes);
- Denunciar a venda a privados, de instalações que aos poucos estão a ser objeto de negócios imobiliários, ficando a IP por vezes arrendatário dos mesmos, numa manobra habilidosa da valorização do dinheiro privado;
- Continuar a reivindicar a reversão do processo de fusão da REFER com a EP, assumindo, cada uma delas, os seus papéis autónomos no sistema de transportes em Portugal;
- Reclamar do governo a nomeação de uma nova equipa diretiva se a mesma vier ao encontro dos interesses dos trabalhadores e da valorização da empresa;
- Continuar a promover a mobilização dos trabalhadores e suas organizações, mandatando-as para prosseguirem com a marcação de ações de lutas que se justifiquem, quadro de ampla unidade na ação.
O plenário de trabalhadores da IP
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