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70 anos do uso da bomba atómica em Hiroxima e Nagasáqui

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Pouco depois das 08h15 do dia 06 de Agosto de 1945 já era visível a fumaça sobre a cidade de Hiroshima em consequência da explosão de bombas atómicas lançadas de um dos dois bombardeiros da Força Aérea dos Estados Unidos. No momento em que esta foto foi tirada o flash de luz e de calor intenso emanado de uma bola de fogo de 370 metros de diâmetro já tinha tido lugar, provocando uma onda de choque intensa, irradiando mais rápido do que a velocidade do som, provocando danos a estruturas em terra e a pessoas num círculo de 3,2 km de diâmetro.

POSIÇÃO DA CGTP-IN SOBRE OS 70 ANOS DO USO 
DA BOMBA ATÓMICA EM HIROXIMA E NAGASÁQUI

Nos dias 6 e 9 de Agosto passam 70 anos desde o bombardeamento nuclear pelos Estados Unidos da América contra as populações das cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki. 

Ao recordar a data deste brutal massacre, a CGTP-IN não pode deixar de referir que o bombardeamento constituiu um dos maiores genocídios contra a humanidade, com mais de 250 mil mortos no imediato e muitos outros milhares de pessoas vitimadas pelo cancro e que vieram a morrer nas décadas seguintes. 

No momento em que se registam os 70 anos deste cruel bombardeamento, a CGTP-IN associa-se a todos os que lutam para que calamidades desta natureza não voltem a ocorrer. 

O arsenal de armas nucleares hoje existente é bem maior e mais destrutivo. A utilização deste tipo de armas significaria seguramente a destruição da própria espécie humana e da civilização no nosso planeta. 

Entretanto, à ameaça nuclear somam-se outras ameaças político – militares, com um número crescente de guerras, invasões, ocupações, ingerências e bloqueios, de índole imperialista, que visam subjugar países e povos a uma ordem internacional em que pontifica o poderio militar da NATO e dos EUA e a tentativa do domínio geoestratégico de várias regiões, acompanhada do ataque à soberania dos países e do saque dos recursos naturais dos povos. 

Esta é uma época em que os trabalhadores e os povos se confrontam com a regressão das suas condições de vida, com o desemprego, a precariedade, a pobreza, a exclusão social, a doença e a fome. Entretanto, as despesas militares mundiais atingiram cerca de 1, 5 mil milhões de Euros em2014. 

Na União Europeia, aprofundam-se as políticas neoliberais, com especial expressão nos países sujeitos à intervenção externa, que têm conduzido à regressão económica e social, a uma maior concentração da riqueza nos grupos económicos e financeiros e à agudização das desigualdades sociais. A orientação federalista, neoliberal e militarista da UE e a submissão do governo português constituem um violento ataque a direitos, liberdades e garantias democráticas consagradas constitucionalmente. 

Na verdade, o Tratado Europeu prevê mais avanços na política comum de segurança e defesa, confirmando a dimensão militarista do actual “projecto europeu”. Entre as medidas mais graves, contam-se a disponibilização, pelos Estados-membros, de capacidades civis e militares para o reforço constante da capacidade militar, com a Agência Europeia de Defesa a identificar, definir e programar as medidas necessárias ao reforço da indústria militar, num quadro de subordinação aos compromissos assumidos no âmbito da NATO. 

A existência da NATO não tem justificação. A participação de Portugal neste bloco militar é contrária aos interesses do povo português e viola os princípios expressos na Constituição da República Portuguesa, designadamente, o preceituado no seu Artigo 7, nº 2, pelo que a CGTP-IN defende a dissolução daquele bloco político-militar. 

A defesa da paz exige o combate ao militarismo e à corrida armamentista, por um mundo livre de armas nucleares e contra a instalação e permanência de bases militares estrangeiras, designadamente, na Península Ibérica.

No momento em que passam 70 anos do terrível holocausto no Japão, a CGTP-IN exige: 
  • A abolição das armas nucleares e de extermínio em massa e o desarmamento geral e controlado; 
  • O cumprimento das disposições da Constituição da República Portuguesa e da Carta das Nações Unidas, em respeito pelo direito internacional e pela soberania dos povos; 
  • Que o holocausto nuclear jamais se repita. 
E exorta: 
  • Os trabalhadores e o povo portugueses a lutar pela paz, pelo desarmamento, pela solidariedade, pela construção de um mundo de progresso e justiça social. 
Lisboa, 5 de Agosto de 2015

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