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JORNADA NACIONAL DE LUTA | 7/OUTUBRO A 9/NOVEMBRO

terça-feira, 2 de abril de 2024


A Revolução de 25 de Abril de 1974 é um dos momentos mais belos da História de Portugal, o momento em que o povo saiu à rua gritando NÃO! em uníssono:

-NÃO! à ditadura fascista!

-NÃO! à guerra colonial!

-NÃO! à opressão!

-NÃO! às perseguições políticas, às prisões, às torturas, aos assassinatos!

-NÃO! ao analfabetismo!

-NÃO! à miséria e à fome

Ao mesmo tempo que recusava o fascismo, os portugueses exigiam e construíam a sua própria emancipação social e política, afirmando a soberania e a independência nacionais.

Com Abril, um povo oprimido durante 48 anos, tomou nas suas mãos a construção de uma nova realidade, livre, fraterna, democrática e solidária. Aprendeu a força da sua voz, da sua união. Exigiu e conquistou valores e direitos, e inscreveu-os na lei fundamental do país – a Constituição da República Portuguesa:

-Liberdade de Expressão

-Liberdade de Reunião

-Liberdade de Manifestação

-Liberdade Sindical

-Direito à Saúde

-Direito à Educação

-Direito à Cultura

-Direito à Greve

-Direito à Habitação

-Direito à Reforma

-Direito à Justiça

-Igualdade de Direitos

-Reforma Agrária

-Direito ao Trabalho e ao Trabalho com direitos

Há 50 anos derrubamos o fascismo e tudo o que era podre, numa batalha onde culminaram muitos anos de duras lutas sob um regime opressor e persecutório; onde os sindicatos eram corporativos e serviam patrões em vez de trabalhadores; onde não existia o direito de reunião nem a liberdade de expressão e onde quem ousasse levantar a voz era perseguido, preso e torturado porque estava proibido qualquer tipo de contestação, manifestação ou greve; onde mandamos os nossos jovens morrer e matar em terras longínquas, numa guerra que nunca devia ter sido sua.

Cinquenta anos depois da maior das conquistas vivemos tempos em que cresce a ameaça do Passado. Vivemos tempos de exaltação do individualismo, da competitividade, da indiferença perante a fragilidade do outro, do egocentrismo, da rejeição do que é diferente. Vivemos momentos em que a amizade, o companheirismo e até a boa vizinhança andam muito mais longe das nossas vidas do que Abril nos ensinou.

Sabemos, no entanto, que não é uma fatalidade: os valores e os direitos defendem-se exercendo-os; combatemos o individualismo com o encontro e a união; a competitividade com a cooperação e a colaboração; a indiferença e o egocentrismo com a solidariedade e a fraternidade.

Sabemos que Abril é sinónimo de Futuro e o caminho para um País e um Mundo melhores e mais felizes.

Urge lutar pelos valores e ideais de Abril e fazê-los cumprir.

A nossa Revolução faz 50 anos!

Durante este ano tão significativo chamamos todos à festa: exortamos a todos a que se encontrem e se unam, em torno de iniciativas que promovam os valores e ideais de Abril, dando-lhes vida nas mais variadas formas de expressão da nossa Humanidade – pelas artes plásticas, pela música, pelo teatro, pela escrita, pela dança, através de exposições, ações de rua, tertúlias, debates, manifestações de arte e desportivas. Enfim, que cada um venha partilhar o seu pedacinho de Abril.

Que se cumpra Abril!

Braga, 09 de Fevereiro de 2024


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