-NÃO! à ditadura fascista!
-NÃO! à guerra colonial!
-NÃO! à opressão!
-NÃO! às perseguições políticas, às prisões, às torturas, aos assassinatos!
-NÃO! ao analfabetismo!
-NÃO! à miséria e à fome
Ao mesmo tempo que recusava o fascismo, os portugueses exigiam e construíam a sua própria emancipação social e política, afirmando a soberania e a independência nacionais.
Com Abril, um povo oprimido durante 48 anos, tomou nas suas mãos a construção de uma nova realidade, livre, fraterna, democrática e solidária. Aprendeu a força da sua voz, da sua união. Exigiu e conquistou valores e direitos, e inscreveu-os na lei fundamental do país – a Constituição da República Portuguesa:
-Liberdade de Expressão
-Liberdade de Reunião
-Liberdade de Manifestação
-Liberdade Sindical
-Direito à Saúde
-Direito à Educação
-Direito à Cultura
-Direito à Greve
-Direito à Habitação
-Direito à Reforma
-Direito à Justiça
-Igualdade de Direitos
-Reforma Agrária
-Direito ao Trabalho e ao Trabalho com direitos
Há 50 anos derrubamos o fascismo e tudo o que era podre, numa batalha onde culminaram muitos anos de duras lutas sob um regime opressor e persecutório; onde os sindicatos eram corporativos e serviam patrões em vez de trabalhadores; onde não existia o direito de reunião nem a liberdade de expressão e onde quem ousasse levantar a voz era perseguido, preso e torturado porque estava proibido qualquer tipo de contestação, manifestação ou greve; onde mandamos os nossos jovens morrer e matar em terras longínquas, numa guerra que nunca devia ter sido sua.
Cinquenta anos depois da maior das conquistas vivemos tempos em que cresce a ameaça do Passado. Vivemos tempos de exaltação do individualismo, da competitividade, da indiferença perante a fragilidade do outro, do egocentrismo, da rejeição do que é diferente. Vivemos momentos em que a amizade, o companheirismo e até a boa vizinhança andam muito mais longe das nossas vidas do que Abril nos ensinou.
Sabemos, no entanto, que não é uma fatalidade: os valores e os direitos defendem-se exercendo-os; combatemos o individualismo com o encontro e a união; a competitividade com a cooperação e a colaboração; a indiferença e o egocentrismo com a solidariedade e a fraternidade.
Sabemos que Abril é sinónimo de Futuro e o caminho para um País e um Mundo melhores e mais felizes.
Urge lutar pelos valores e ideais de Abril e fazê-los cumprir.
A nossa Revolução faz 50 anos!
Durante este ano tão significativo chamamos todos à festa: exortamos a todos a que se encontrem e se unam, em torno de iniciativas que promovam os valores e ideais de Abril, dando-lhes vida nas mais variadas formas de expressão da nossa Humanidade – pelas artes plásticas, pela música, pelo teatro, pela escrita, pela dança, através de exposições, ações de rua, tertúlias, debates, manifestações de arte e desportivas. Enfim, que cada um venha partilhar o seu pedacinho de Abril.
Que se cumpra Abril!
Braga, 09 de Fevereiro de 2024
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